Descubra por que cada vez mais brasileiros buscam a cirurgia de prótese de joelho, quando ela é indicada, quais são os sinais a serem observados e como fica a vida depois do procedimento.
A dor no joelho pode atrapalhar tarefas simples, como andar, subir escadas ou até dormir. Quando a cartilagem se desgasta, o movimento se torna complicado e a prótese de joelho pode ser uma solução para ajudar a recuperar a mobilidade e melhorar a qualidade de vida. Com o aumento da expectativa de vida, a prática de esportes e a melhor informação na área da saúde, a procura por esse tipo de cirurgia tem crescido bastante.
Vale lembrar que a cirurgia não é só para idosos. O que realmente conta é a intensidade da dor e como ela afeta o seu dia a dia, principalmente quando outros tratamentos não funcionaram. O médico ortopedista analisa o seu histórico de saúde, exames e o alinhamento da perna antes de sugerir o procedimento.
No momento da cirurgia, as partes danificadas do fêmur e da tíbia são trocadas por componentes de metal e polietileno, que podem cobrir parte ou a totalidade do joelho. A intenção é ajudar a reduzir a dor e permitir movimentos mais seguros e sem limitações.
Quando a prótese de joelho é indicada
De acordo com um especialista, existem alguns sinais que devem ser observados. Se você sente dor diariamente que não melhora com analgésicos ou fisioterapia, rigidez matinal que demora a passar, estalos no joelho e já não consegue fazer atividades simples, isso é um alerta. Além disso, deformidades visíveis, como joelho “em X” ou “em varo”, merecem atenção.
Um teste prático é o “teste do quarteirão”. Se, ao andar um quarteirão, você já precisa parar por causa da dor, isso indica que a sua qualidade de vida pode estar afetada. Quando tratamentos como medicamentos, perda de peso, palmilhas e infiltrações não mostram resultados satisfatórios, a questão da prótese de joelho precisa ser discutida.
A decisão deve ser compartilhada entre você e o médico. É importante que você expresse suas expectativas e que o profissional avalie os riscos e benefícios do procedimento.
Como se preparar para a cirurgia
Preparar o corpo e o lar faz toda a diferença. Fortalecer os músculos da coxa e dos glúteos com exercícios orientados ajuda na recuperação, pois músculos fortes protegem a articulação depois da cirurgia. É essencial controlar doenças como diabetes e pressão alta, pois isso pode reduzir o risco de complicações.
Além disso, é importante parar de fumar, já que o cigarro pode atrasar a cicatrização. Em casa, retire tapetes soltos que possam causar quedas, e tenha uma cadeira firme com braços para facilitar a locomoção. Organize os utensílios em um lugar acessível e combine com alguém a ajuda no início, como com banho e fazer compras. Este planejamento pode reduzir a ansiedade e facilitar a volta à rotina depois da cirurgia.
Recuperação: o que esperar nos primeiros meses
Após a cirurgia, você começará a mover o joelho ainda no hospital, com a ajuda da fisioterapia. Geralmente, já é possível levantar para ir ao banheiro nas primeiras 24 horas, utilizando andador ou muletas. Em casa, a combinação de descanso, gelo e elevar a perna ajuda a controlar o inchaço. A dor costuma melhorar a cada semana.
Muitas pessoas conseguem dirigir quando já conseguem dobrar o joelho com segurança e não precisam mais de analgésicos fortes. Isso normalmente acontece algumas semanas após a cirurgia, seguindo orientação médica.
A fisioterapia busca garantir a extensão completa, a dobra gradual e uma marcha estável. Cada pequeno avanço, como tomar banho sozinho ou subir escadas sem apoio, aumenta a confiança do paciente.
Volta ao trabalho e ao esporte
Quem trabalha sentado pode retornar em poucos dias, mas deve lembrar de fazer pausas para alongar e caminhar. Para jobs que exigem agachamentos, levantar peso ou estar em pé por muito tempo, a volta pode demorar mais.
Atividades de baixo impacto, como caminhar, andar de bicicleta, nadar e hidroginástica, são boas opções assim que o médico liberar. Já esportes que exigem mais do joelho, como corridas longas e futebol, podem sobrecarregar o implante.
O objetivo é manter o joelho ativo, mas sem sobrecarregar a prótese. Um cronograma simples pode incluir três a quatro sessões leves por semana, além de alongamentos curtos ao longo do dia.
Mitos e medos comuns
Muitos têm o receio de que “a prótese dura pouco”, mas a tecnologia atual tem garantido uma durabilidade maior, desde que o paciente cuide do peso e mantenha atividades regulares. Outro mito é que “vou ficar com o joelho duro”, mas o objetivo é justamente o contrário: recuperar o movimento. A rigidez é mais comum quando o joelho não é movimentado logo após a cirurgia.
Outro medo frequente é o de que “a cirurgia dói demais”, mas com os métodos atuais de controle de dor, combinando medicações e gelo, a recuperação é mais tranquila. Algumas pessoas também se preocupam com a possibilidade de “não poder se ajoelhar mais”, mas isso varia de pessoa para pessoa. Algumas voltam a se ajoelhar com conforto, enquanto outras podem preferir evitar por conta da sensibilidade na cicatriz.
Cuidados de longo prazo
Manter um peso saudável é fundamental para proteger a prótese. Até mesmo um quilo a menos pode fazer muita diferença, reduzindo a carga sobre o joelho no dia a dia. É bom manter a rotina de caminhadas e exercícios leves, como pedalar e fortalecer com pesos leves.
Use calçados seguros e estáveis, que evitam escorregões. É importante fazer revisões regulares com o ortopedista para checar a prótese e ajustar a rotina de exercícios quando necessário. Caso sinta febre persistente, dor que piora sem motivo, vermelhidão intensa ou feridas que não cicatrizam, procure assistência médica rapidamente.
Alternativas antes da cirurgia
Nem todo joelho dolorido precisa de cirurgia. Um programa de fortalecimento para coxas e quadris, associado a perda de peso e melhorias nas posturas, pode fazer uma grande diferença. Analgésicos e infiltrações com corticoide em casos específicos também podem trazer alívio.
Outras opções, como o uso de palmilhas e joelheiras, podem ajudar a corrigir pequenos desalinhamentos e dar mais estabilidade nas atividades diárias. Quando todas essas alternativas já foram testadas e a qualidade de vida não melhora, a discussão sobre a prótese de joelho se torna mais clara.
Como decidir com segurança
Para tomar uma decisão consciente, faça uma lista de situações que a dor impede: como caminhar no mercado, descer calçadas ou brincar com os netos. Avalie a dor em momentos diferentes do dia e leve essas informações para a consulta.
Pergunte ao médico sobre os tipos de próteses disponíveis, a técnica a ser utilizada, tempo de internação, cuidados em casa e os riscos mais comuns. Confira os prazos realistas para voltar a dirigir e trabalhar. É também importante entender o papel da fisioterapia e se haverá acompanhamento com uma equipe de profissionais. Alinhar as expectativas ajuda a tornar a decisão mais leve.