Ao longo da vida, sobretudo durante a infância, você certamente já ouviu sua mãe falar para “não pegar friagem”. Caso contrário, você poderia ficar doente, sendo acometido por doenças como resfriado ou gripe. 

    Por causa dessa preocupação, você acabava tomando uma série de cuidados: evitava ficar com os pés descalços, em contato com chão frio; secava o cabelo o quanto antes, sobretudo à noite, quando as temperaturas eram mais baixas; não saía de casa sem estar bem agasalhado; e claro, só conseguia dormir se tivesse aquela coberta quentinha protegendo do frio.

    Mas, afinal, existe ligação direta entre “pegar friagem” e ficar doente ou esse seria mais um mito popular que se perpetuou durante gerações? Entenda melhor o que é verdade e o que é mentira no texto abaixo.

    A friagem realmente deixa a pessoa doente?

    Muito se diz da relação entre a friagem e as doenças respiratórias, tais como o resfriado e a gripe. Entretanto, não é ela especificamente que causa as doenças, uma vez que os verdadeiros causadores são os vírus que estão presentes no ar.

    Entretanto, o frio pode agravar as alergias que uma pessoa já tem, e isso, de fato, facilita o surgimento de algumas doenças respiratórias. Um dos desdobramentos da queda de temperatura é o ar mais seco, que resseca as mucosas do aparelho respiratório. Esse ressecamento acaba comprometendo a produção de secreções que têm os anticorpos, responsáveis por proteger o organismo.

    Outro ponto é que se o corpo entra em contato com uma temperatura muito mais baixa que a corporal, pode haver um choque térmico. Com isso, o corpo precisa de mais energia para manter-se quente. E, ao realizar esse esforço, pode haver a queda de imunidade, facilitando o contágio de doenças.

    Mitos e verdades sobre a friagem

    Também é interessante esclarecer outros momentos envolvendo a friagem. Como dito no início do texto, há quem ache que sair com cabelo molhado deixa a pessoa gripada. Isso não é verdade, mas pode colaborar para a imunidade cair, facilitando a entrada do vírus do resfriado e da gripe no corpo.

    Muitos também acham que a friagem é responsável por causar rinite alérgica. Essa condição é uma inflamação da mucosa do nariz, que pode ocorrer quando o indivíduo passa muito tempo em locais fechados e sem ventilação. Nesse cenário, a pessoa fica em contato com vários alérgenos como mofos, fungos e ácaros, que podem agravar a rinite.

    Porém, existe uma situação em que a friagem de fato pode deixar alguém doente. É quando a pessoa tem hipotermia, que acontece quando há a queda da temperatura corporal: normalmente, ela é de 36,6 ºC, sendo que a hipotermia acontece quando ela fica abaixo de 35 ºC.

    A hipotermia acontece quando o corpo é exposto ao frio extremo, podendo se manifestar tanto com sintomas leves, como frios nas extremidades e tremores, quanto com os mais graves, como confusão mental. Inclusive, se essa situação não for revertida, ela pode causar a morte.

    Por que as pessoas ficam mais doentes no inverno?

    A friagem pode não ter ligação com o surgimento de resfriados e gripes, mas é normal que muitas pessoas fiquem doentes durante o clima mais frio, ainda mais no inverno. Além dessas doenças, condições como sinusite, rinite e as demais “ites” têm mais casos durante esse período do ano.

    Isso acontece porque tanto os alógenos que causam a rinite como os vírus que causam o resfriado e a gripe estão mais ativos durante essa época do ano. Além disso, as pessoas ficam mais aglomeradas (ou seja, as pessoas doentes ficam em maior contato com as saudáveis) e em locais fechados, com pouca ventilação de ar.

    Para evitar esses problemas, é recomendado sempre manter o ambiente com as janelas abertas para que ele fique bem arejado. Além disso, beber bastante água, ingerir alimentos ricos em vitamina C e fazer atividades físicas com regularidade são outras formas de manter a imunidade do corpo em alta e protegê-lo.

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    Avatar de Nilson Tales Guimarães

    Formado em Engenharia de Alimentos pela UEFS, Nilson Tales trabalhou durante 25 anos na indústria de alimentos, mais especificamente em laticínios. Depois de 30 anos, decidiu dedicar-se ao seu livro, que está para ser lançado, sobre as Táticas Indústrias de grandes empresas. Encara como hobby a escrita dos artigos no Revista Rumo e vê como uma oportunidade de se aproximar da nova geração.