Investir no mercado europeu pode ser uma opção atraente para quem busca diversificar a carteira de investimentos, proteger seu capital, consolidar o patrimônio e melhorar a rentabilidade a longo prazo. Especialistas indicam que diversificar geograficamente é importante, mas é preciso estar atento para escolher a melhor estratégia e tomar alguns cuidados.
Alternativas de investimentos incluem os brazilian depositary receipts patrocinados (BDRs), certificados que representam ações emitidas em outros países e são negociados na Bolsa de Valores brasileira (B3); e os exchange-traded funds (ETFs), fundos de índices negociados por meio da B3.
Fundos internacionais, fundos multimercado e fundos de investimento voltados para ativos internacionais e dedicados ao mercado europeu também são opções às quais os brasileiros podem recorrer para diversificar geograficamente seu portfólio.
De acordo com especialistas, o mercado europeu é um dos favoritos dos brasileiros na hora de investir fora do país e um dos mais importantes do mundo, ao lado do norte-americano e do chinês. De acordo com levantamento do site ETFs Brasil, os cinco ETFs de ações estrangeiras com o maior quantitativo de cotistas no país são desses mercados.
É importante lembrar que, ao aplicar recursos no exterior, o investidor aloca parte do seu capital em ativos internacionais. Assim, quando uma moeda forte e com potencial histórico de valorização em relação ao real é escolhida, aumenta-se a chance de conseguir um retorno positivo. Essa situação é válida especialmente quando o longo prazo for considerado. Por isso, é importante acompanhar informações como a cotação do euro hoje real.
Empresas de força global são motivos para investir
Segundo o Bora Investir, da B3, países da Europa, principalmente os da União Europeia, representam uma das economias globais mais fortes, tendo no euro uma das referências mundiais. Para além da moeda, a presença de grandes empresas globais é outro fator importante do mercado financeiro europeu.
O conglomerado francês LVMH e a alemã Adidas são alguns exemplos de companhias que atraem o interesse dos principais fundos de investimento do globo. O destaque econômico do continente costuma ser a Alemanha, seguida da França. A região europeia tem sido ainda referência em marcas de roupa, gigantes de petróleo e agronegócio, farmacêuticas e conglomerados de luxo.
Diversificar é essencial para aumentar o patrimônio na Europa
De acordo com informações levantadas pelo Bora Investir, da B3, é crucial que os investidores diversifiquem seus aportes, ainda mais se as aplicações forem feitas nas bolsas de valores. Isso porque existem várias bolsas que atuam em diversos países e com muitas empresas na Europa.
A Bolsa de Valores de Frankfurt, considerada a maior da Alemanha, a London Stocks Exchange (LSE), bolsa de valores de Londres, e a Euronext, uma das principais bolsas europeias da atualidade, são alguns exemplos que podem compor essa diversificação.
Segundo os dados colhidos pela B3 com especialistas, o mercado financeiro europeu opera de maneira similar ao brasileiro e ao estadunidense. O maior volume de aplicações é concentrado nas negociações de dívidas públicas e privadas e, em seguida, vêm as ações.
É possível investir em ativos do mercado da Europa sem sair do Brasil. Os BDRs são uma das principais alternativas para isso. Trata-se de certificados que representam ações emitidas em países estrangeiros e negociados na B3.
Por meio da compra de ETFs também pode-se investir nesse mercado. Os fundos de investimentos internacionais, por exemplo, podem incluir commodities, títulos internacionais, ações de empresas estrangeiras, entre outros. Eles oferecem a oportunidade de diversificar as carteiras dos investidores para além das fronteiras do país. Essa característica, segundo os especialistas entrevistados pela B3, pode auxiliar na mitigação do risco associado à volatilidade do mercado doméstico.
Atualmente, corretoras e bancos oferecem fundos dedicados a aplicações no mercado europeu ou multimercados que acompanham oportunidades na região ativamente. É preciso, contudo, que os brasileiros fiquem atentos aos encargos administrativos cobrados pelos gestores. Para os fundos de investimento, as tarifas de performance podem ter uma relevância maior e comprometer os ganhos.
Retornos devem ser esperados a longo prazo
Dados recentes do indicador de atividade PMI mostram que a Europa tem atravessado um momento turbulento. Nos últimos tempos, a região lida com inflação alta, principalmente depois de estímulos financeiros durante a pandemia. Além disso, mesmo com juros maiores, o continente ainda registra uma contração. Conforme o Banco Central Europeu, a inflação vem dando sinais de desaceleração, apesar de serem leves.
Assim, embora a economia europeia possa não parecer atrativa para investimentos de curto prazo por conta das incertezas inflacionárias, do encolhimento do crescimento e dos conflitos geopolíticos, especialistas em economia e finanças destacam que, ao montar uma carteira de ativos, é necessário adotar uma estratégia de longo prazo.
O potencial de crescimento e a uma eventual estabilidade futura podem representar resultados favoráveis aos investidores que aguardarem. Dessa maneira, é fundamental fazer uma pesquisa detalhada sobre os ativos disponíveis e o mercado em geral antes de investir.